O Sr. Rabuja não perde tempo: toma banho, se veste e toma seu café da manhã. Sabe que tem pouco tempo para contemplar as flores dos pensamentos. (...)
Sem que se dê conta, a aurora se transforma na claridade do dia.
É então que a coisa acontece.
Pouco a pouco, com grande delicadeza, as flores se dissolvem.
Elas se desfazem em inúmeras partículas que parecem floquinhos de poeira dançando ao sol. Ao primeiro ventinho, se dispersam, colorindo todo o céu. (...)”(Monika Feth, O Catador de Pensamentos)
O Sr. Rabuja é um velho humilde, de aparência simples e andar arrastado - parece ter os bolsos cheios de tempo.
Enquanto passeia pela cidade, está sempre atento: é que ele é um Catador de Pensamentos.
Todos os dias, recolhe os pensamentos que encontra pela cidade e coloca-os dentro de sua mochila - o que o deixa com o corpo ainda mais encurvado, por causa do peso dos pensamentos.
Ao chegar em sua casa, o Sr. Rabuja desembaralha os pensamentos, deixa-os descansar como se fossem frutas em uma fruteira. Quando ficam suculentos, os pensamentos estão prontos para serem plantados em canteiros de terra fértil.
Todas as manhãs ele pode admirar as flores mais magníficas e raras: são as delicadas flores dos pensamentos.
Em todas as cidades existem Catadores de Pensamentos, eles são os responsáveis por fazer com que os pensamentos se renovem: primeiro colhem pensamentos, depois cuidam para que amadureçam e em seguida os plantam, para que aflorem, dissolvam-se e virem novos pensamentos.
A proposta de fazer um Jardim de Histórias é inspirada no livro “O Catador de Pensamentos”, de Monika Feth.
O objetivo é aumentar o vínculo e a responsabilidade da criança com as histórias contadas, a partir do cultivo e do cuidado com o jardim.
Na Construção do Jardim, Todos São Catadores de Pensamentos
A associação das histórias contadas às mudas de flores plantadas, gera a percepção de que, tanto histórias como plantas, devem ser cultivadas, cuidadas e admiradas para que continuem a existir, e que essa é uma responsabilidade coletiva.